Nesses 25 anos em que participo ativamente do mercado
odontológico, verifiquei que para um laboratório
de prótese dentária sobreviver e evoluir,
não basta ter uma ótima qualidade, pontualidade
e fazer um bom trabalho de marketing. É necessário
também ter uma política correta de estabelecimento
de preços.
Na Era da Tecnologia, a atualização e
evolução são fundamentais. Para
isso é necessário que o laboratório
gere lucros, que serão investidos em novas tecnologias.
Quando se trabalha com preços abaixo dos custos,
não há como investir em evolução
técnica, o que nos dias de hoje é um grande
risco à sobrevivência de qualquer empresa.
Mas como definimos os preços? Para isso, é
necessário saber os custos que compõem
cada trabalho.
Os custos podem ser fixos e variáveis, diretos
e indiretos.
Os custos fixos ocorrem mesmo quando não
há produção, por exemplo:
- aluguel (considere mesmo que o imóvel for próprio)
- salários indiretos: pessoal administrativo,
office-boy
- depreciação de máquinas e equipamentos
- impostos e tarifas: ISS, IPTU, condomínio,
contas de luz e telefone
Os custos variáveis dependem da produção
e podemos dividi-los, de um modo geral, em custos de
matéria prima e mão de obra direta.
Para calcular preços vamos utilizar custos
diretos e indiretos.
Não é nosso objetivo calcular preço
de ítem por ítem, mas sim dar uma noção
geral do cálculo de preços, onde, tenho
certeza, muitos verificarão que se esquecem de
ítens importantes que tem um peso alto no custo
dos trabalhos.
Os custos diretos representam em média
60% do custo total de um trabalho e podemos dividi-los
em:
- mão de obra direta: que
é o custo ou pró-labore dos técnicos
que realizam os trabalhos. Devemos também considerar
os encargos sociais, que estão em torno de 120%
do total pago ao técnico.
- matéria prima: que é
o material utilizado diretamente na confecção
do trabalho.
Os custos indiretos, em geral são de
40% do custo total. Vamos citar os mais importantes:
- manutenção
- depreciação de máquinas e equipamentos
- salários indiretos
- impostos e contas de água, gás e eletricidade
- entrega, transporte
- materiais de consumo
- aluguel
Portanto, para um trabalho em que dois técnicos
trabalham durante uma hora cada um, considerando o valor
da hora técnica, já incluindo os encargos,
de
R$ 50,00, e supondo que o custo da matéria prima
para a elaboração desse trabalho seja
de R$ 45,00, o custo total do trabalho será de:
Custo direto: R$ 145,00 (60% do custo total)
2 técnicos x R$ 50,00 = R$ 100,00
matéria prima = R$ 45,00
Custo indireto: R$ 96,67 (40% do custo total)
Custo total: R$ 241,67
145,00 + 96,67 = 241,67
Custo não significa preço. Sôbre
o custo de um trabalho deve-se aplicar uma margem de
pelo menos 30%, que deve ser utilizada da seguinte forma:
10% para pesquisas e desenvolvimento
10% para imprevistos
10% em investimentos, poupança, etc.
Portanto temos:
Preço do trabalho: R$ 314,17
R$ 241,67 x 1,30 = R$ 314,17
Deve-se procurar oferecer a melhor qualidade possível
a um preço justo. No final o que importa para
o seu cliente é a qualidade e pontualidade, não
o preço.
As atualizações de preços devem
ser feitas por trabalho, conforme o aumento de custos,
de forma a não causar impacto.
Os metais e materiais especiais devem ser cobrados
à parte ao preço do dia.
Reveja sua lista de preços e torne seu consultório
mais competitivo na Era da Tecnologia!
Danilo Barossi Cury
TPD e Engenheiro de Produção
dbc@laboratorionicolau.com.br