Na condução de um laboratório devemos considerar que todos os envolvidos, sem exceção, no seu processo de produção, são
responsáveis pelo seu bom desempenho. Os que não estão motivados ou não se encaixam no perfil de uma organização moderna e eficiente
devem ser necessariamente substituídos.
A partir desse princípio, um laboratório ou seja, seus integrantes, nunca podem incorrer em pecados mortais ou capitais.
Alguns pecados mortais são óbvios, como: falta de ética, propaganda enganosa e desperdício; outros, já discorremos detalhadamente em artigos
anteriores, como ausência de controle de qualidade, atrasos, informações insuficientes e mau atendimento ao cliente.
No século XXI, tudo evolui rapidamente, portanto os pecados capitais que citaremos a seguir, a curto e médio prazo se tornam mortais. Os principais são os
seguintes:
1) Falta de preocupação com a prática de sustentabilidade. Consegue-se aumentar a eficiência, diminuir custos, evitar desperdícios
e conseqüentemente ter mais lucros com iniciativas socioambientais. Este é um campo relativamente novo sobre o qual elaboramos um quadro de procedimentos que será apresentado
a posteriori.
2) Ausência de controle na internet. Deve-se ter um controle de todos os computadores do laboratório, o que é perfeitamente legal. É desnecessário
discorrer sobre os motivos.
3) Pouca cautela com relação ao site do laboratório. Não podemos esquecer que devemos obedecer ao código de ética
do Conselho Regional de Odontologia. Temos visto situações absurdas, como colocar listas de preços ou movimentações financeiras e de trabalhos
de clientes na internet, que podem ser acessados fornecendo-se o e-mail e a senha digitada, mas sem o indispensável e necessário certificado de segurança.
Como vimos no artigo anterior, os sistemas de informações estão cada vez mais eficientes. Além do mais, basta qualquer computador do laboratório
ou dos clientes que acessam, ter um vírus, tipo “spyware”, que qualquer um pode entrar, fazer alterações e ver as movimentações
de cada cliente e total do laboratório. A falta de privacidade, mais cedo ou mais tarde, vai gerar problemas enormes para todos. Hoje, mesmo sem o spyware, qualquer técnico
de nível médio, consegue acessar seu computador à distância, basta estar conectado à internet.
4) Não ter a necessária assessoria de um administrador com prática e conhecimento atualizado na área. Acabou a época
em que era fácil gerenciar um laboratório. Temos visto alguns problemas sérios; como a falta do registro do laboratório no CRO; a falta de renovação
ou ausência do Alvará de Funcionamento; laboratórios inscritos no Simples (empresas cujos sócios são profissionais liberais estão vedadas
ao Simples); ausência de balancetes e balanços anuais no caso de empresas; pagamentos incorretos de Sindicatos de outras categorias (deve-se pagar o Sindicato da
categoria econômica ou profissional ou a profissão liberal que representa na base territorial – DL 8740) e assim por diante. Este é o tipo de pecado
capital que gera um enorme passivo tributário e trabalhista, que cresce exponencialmente e em pouco tempo este pecado se torna mortal.
5) Inchar o laboratório. Devido principalmente ao excesso de burocracia e impostos no Brasil, o tamanho ideal, mais lucrativo, para um laboratório
se situa entre 10 a 15 colaboradores. A partir daí, os custos aumentam mais que o faturamento e em certo momento, os prejuízos são inevitáveis. Devemos
deixar de lado essa mania de grandeza, supondo que quanto maior for o laboratório, maior será o lucro. A tendência é de sobrevivência de pequenos
laboratórios, cada um com poucas especialidades. Sai muito mais barato terceirizar do que querer ter um mega-laboratório, que faz todos os trabalhos possíveis
em prótese dentária. Perde-se em controle e qualidade. A terceirização acontece mundialmente em todos os setores e aumentará cada vez mais.
6) Trabalhar com preços abaixo dos custos. Esquecer que o pagamento de todos os impostos, depreciação de instalações
e equipamentos, utilização do imóvel e pró-labore fazem parte dos custos.
7) Não pensar na relação custo-benefício, o que significa oferecer a melhor qualidade ao menor preço possível.
Existem ainda outros pecados capitais que são óbvios: falta de atualização profissional e criatividade, falta de contato com colegas e troca de informações
(aguarde um artigo sobre “benchmarking”), teimosia (como não se libertar de certos dogmas), imobilidade nas ações e tomada de decisões,
etc.
Diante de tudo isto... ainda vale a pena PECAR?