LABORATÓRIO NICOLAU
"Não
dê o peixe, ensine a pescar"
Esse
maravilhoso ditado japonês, que é uma filosofia
de vida, resume esse texto.
A
maior parte dos livros e/ou cursos de auto-ajuda são
de ou baseados em autores americanos, cuja sociedade absorveu
bem melhor este ensinamento, e não tocam no assunto.
O maior problema das famílias, empresas, enfim, de
toda a sociedade brasileira é o excessivo paternalismo
que rege as relações existentes.
Se
observarmos as histórias da Argentina e Brasil, veremos
que na primeira metade do século passado, eram países
evoluídos, comparáveis às grandes nações
européias. A derrocada e o empobrecimento de suas sociedades
começou a partir de governos populistas, que diziam
e talvez pretendiam resolver todos os problemas de seus povos.
Na Argentina, depois de Perón e sua musa Evita, a classe
média, que é o sustentáculo da economia
de qualquer país desenvolvido empobreceu rapidamente.
O Brasil teve como ditador e presidente durante quase vinte
anos o “pai dos pobres”. Ora, se os pobres precisavam
ter um pai, então esse pai não só não
queria que eles saíssem dessa condição,
mas também aumentassem em número para apoiá-lo
majoritariamente.
O
governo atual segue, novamente, esse caminho, através
do aumento excessivo de impostos e do controle tudo impondo
uma enorme burocracia. Quer todos os recursos, no entanto
os gere de uma forma muito pior do que, se continuassem nas
mãos das pessoas que os produziram. O paternalismo,
a corrupção e o péssimo emprego do dinheiro
público nos levarão, nos próximos anos,
a uma situação insustentável, muito parecida
com a que tivemos no começo dos anos noventa. O enorme
desemprego é causando, principalmente, pela legislação
trabalhista ultrapassada e super paternalista, ao contrário
do que dizem os burocratas do governo, que nunca se preocuparam
nem em registrar seus empregados domésticos. Com certeza,
ficaremos a margem do desenvolvimento global. A economia americana,
através da redução de impostos e exigências
legais para as empresas, continua crescendo o equivalente
ao PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, por ano.
Se
estudarmos a biografia dos grandes líderes, verificaremos
que a maior parte deles teve pais muito severos. Não
queremos chegar a tanto, mas o maior patrimônio que
devemos deixar a nossos filhos não são bens
materiais, mas sim, educá-los de forma com que tenham
condições de enfrentar qualquer situação.
Para isso é necessário que tenham uma boa estrutura
emocional e cultural, o que os levará a serem felizes
e despreocupados.
Na
empresa ou no seu grupo de trabalho não seja um pai-patrão,
seja um líder, não queira resolver todos os
problemas, desde a unha encravada da filha de seu colaborador,
até o daquela auxiliar que sempre gasta além
do orçamento (esse é outro problema cultural
brasileiro).
Descentralize,
faça com que todos tenham iniciativa. Tenha e forneça
as informações necessárias, mantenha
o controle da situação, não se desgaste
e intervenha quando for necessário.
“Não
dê o peixe, ensine a pescar”
Devemos ter esse ditado sempre em mente. Nossas relações
de trabalho, familiares e pessoais evoluirão de uma
forma harmoniosa e tranqüila.
Aprofundarei
mais esse assunto no próximo artigo, pois cansei de
ver empresas e relações familiares se deteriorarem
quando seus líderes são excessivamente paternalistas.
Danilo
Barossi Cury
TPD e Engenheiro de Produção
dbc@laboratorionicolau.com.br
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